A sustentabilidade é cada vez mais importante inclusive na economia. No segmento imobiliário, por exemplo, o enquadramento às normas sociais e ecologicamente corretas tornou-se uma grande oportunidade. Aliás, as edificações verdes são uma tendência mundial e as empresas, especialmente as multinacionais, têm buscado ocupar prédios que estejam de acordo com valores ecológicos e sociais consolidados em outros países.
Os potenciais compradores também anseiam por opções sustentáveis, seja para morar ou trabalhar, principalmente o público mais esclarecido sobre as questões socioeconômicas e com médio a alto poder aquisitivo, e até aceitam pagar um pouco mais caro para tanto.
Aqui no Brasil, apesar da retração no Mercado Imobiliário, o segmento de construções sustentáveis cresceu nos últimos anos e o nosso país ocupa hoje a quarta posição no ranking mundial em número de empreendimentos imobiliários com certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).
As construções verdes também atraem investidores que compram para alugar por serem mais rentáveis. Segundo pesquisa da Engebanc Real State, ERS, publicada pelo Green Building Council Brasil, GBC, entidade brasileira que certifica a sustentabilidade dos empreendimentos, o valor do aluguel nesses empreendimentos é 24% mais alto no Rio de Janeiro e pode chegar a 40% em regiões como São Paulo que concentram muitas empresas. A pesquisa também constatou que esses imóveis possuem a menor taxa de vacância. Um exemplo disso ocorre em São Paulo, onde a vacância das edificações verdes foi de 20,6%, no terceiro trimestre de 2017, contra 32% dos edifícios convencionais.
É importante também ressaltar que não apenas o projeto pronto precisa ser eco-friendly, mas todo o processo de construção e detalhes da obra, como as condições de trabalho dos profissionais envolvidos em cada fase da edificação, já que a indústria da construção civil é uma das que mais geram danos ao ambiente e às pessoas que nele vivem.
Embora o preço dos imóveis em edifícios com LEED custem de 5% a 10% mais caros, o comprador recupera a diferença com economia de água, energia e manutenção predial. As taxas condominiais também acabam sendo mais baratas. Essa economia pode chegar a 25%, segundo estudo da ERS. Um investimento que vale a pena a médio e longo prazos, portanto.