Vez por outra aparecem aventureiros de última hora no Mercado Imobiliário, pessoas provenientes de segmentos totalmente estranhos a esse mercado, geralmente da área de tecnologia da informação ou mercado de capitais, por exemplo, que nada entendem de imóvel, de Mercado Imobiliário e das circunstâncias que os envolvem, ofertando "fórmulas mágicas" para vender ou alugar imóveis, no único afã de lucrar com possíveis negócios imobiliários excluindo o Corretor. 

Essa prática abusiva, comumente, consiste em plataformas que se propõem a anunciar imóveis de terceiros ou prestar algum serviço privativo dos profissionais imobiliários sem oferecer a devida segurança ou respaldo legal ao consumidor.

Geralmente são startups desejosas de lucro fácil, que se arvoram a praticar atividades complexas sem o necessário conhecimento das atribuições profissionais que lhe dizem respeito e da legislação que lhe é pertinente, especialmente a Lei n° 6530/78, a Lei do Inquilinato, o Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor, arriscando-se como quem não tem nada a perder e até mesmo incorrendo em crimes. 

Como já vimos algumas vezes, essas tentativas iniciam com estardalhaço na mídia, divulgando altos investimentos cujos recursos  surgem do nada; depois abrem o capital na Bolsa de Valores; por fim acabam se transformando em surdos fracassos, porque processos judiciais, apesar de carregarem prejuízos, frustrações e muito sofrimento, arrastam-se devagar e silenciosamente. 

Tecnologia pode ser sinônimo de modernização, de inovação, de progresso, mas não necessariamente de ética. A ética vem na frente da tecnologia inclusive nos dicionários. Ademais, o Mercado Imobiliário é diferente de outros mercados. Até porque cada imóvel é único, portanto diferente de qualquer outro imóvel, aliás, diferente de qualquer outro bem, especialmente na sua essência. Quem adquire um imóvel almeja tanto realizar um sonho com segurança, como fazer um bom investimento e desfrutar do seu uso ou dos seus frutos da melhor forma, às vezes por toda uma vida. Bem por isso, a aquisição de um imóvel é muito mais que um negócio. É um momento especial na vida da maioria das pessoas, que exige cautela e assessoria especializada.