Podemos dizer que
muitas pessoas dividiram a vida em duas faces -a real e a virtual-, e que estão
vivendo cada uma delas "encarnando" personagens distintos, aliás, bem
diferentes ou mesmo opostos.
O Facebook, o
Instagram e o Twitter se tornaram o mundo existencial da face ou vida virtual.
A um só tempo as redes sociais são ponto de encontro e de notícias, verdadeiras
colunas sociais, um tipo sui generis, sem colunista, sem qualquer
filtro, onde cada um posta o que quer, especialmente sobre si, de acordo com as
suas próprias conveniências e ilusões.
Esse fenômeno das
redes sociais decorre de alguns fatores, especialmente da vida corrida e da
falta de tempo das pessoas, bem como da facilidade de acesso à tecnologia, de
modo que o relacionamento entre elas têm se tornado cada vez mais virtual. As
pessoas tendem cada vez mais a se comunicar e se ver através de fotos e vídeos,
ao invés de se encontrarem pessoalmente para tomar um café, implicando
relacionamentos cada vez mais inconsistentes e superficiais.
Dia desses soube de um casal de idosos que, algumas vezes por semana, senta-se
à mesa de jantar com o computador ligado e assim jantam na
"companhia" dos seus filhos, como numa conferência on-line. Também já
vi histórias de namoros e amizades virtuais cujo encontro pessoalmente do casal
ocorreu um ou dois anos depois de haverem se conhecido através das redes
sociais.
A vida real e a virtual se misturam e até se confundem, acarretando a
diminuição da vida social e a perda do interesse de algumas pessoas de
realizarem atividades que não sejam através de um computador.
Um fato é que por trás dos relacionamentos virtuais podem existir pessoas com
graves problemas psicológicos de medo e insegurança de se exporem às outras.
Também há aquelas que se aproveitam para mentir e enganar as outras. Aliás,
mentiras e falácias é o que muito se vê nas redes sociais todos os dias, com
pessoas postando e dizendo de si, por exemplo, o que elas não são ou mesmo o
contrário do que elas verdadeiramente são, pensam e agem, e só quem as conhece
de perto sabe bem a verdade. Alguns casos chegam a ser engraçados, cômicos,
porém, a maioria não. Inúmeros são as ocorrências em que pessoas se aproveitam
da virtualidade para induzirem outras ao engano e erro.
A coisa chegou a tal
ponto que até "amigos", "seguidores" e "curtidas"
são vendidos nas redes sociais. Comprar 10.000, 20.000, 30.000
"amigos" é bem baratinho. O pior é que tem gente comprando, sabe lá
com que intenção, talvez para parecer famoso ou famosa. Também agora é possível
"excluir" alguém da vida da gente com apenas um toque do dedo. Um
loucura tudo isso!
Realmente, as redes sociais
são interessantes, mas que tal utilizá-las como uma ferramenta ao invés
de transformá-las na vida da gente?