POR QUE ALGUÉM ESPECULA QUE A PROFISSÃO DE CORRETOR DE IMÓVEIS VAI ACABAR?
 Frederico Mendonça       2019-04-16 02:16:58

Já vimos e vemos pessoas especulando que a profissão de Corretor de Imóveis vai acabar. Certamente elas estão confundindo os conceitos ou não sabem que o que vai acabar, aliás, já acabou, foi a figura do Corretor como um mero intermediário. É que a profissão evoluiu e o Corretor deixou de ser apenas um intermediário na negociação imobiliária, assim como o médico não é um intermediário entre o paciente e o hospital ou plano de saúde; o advogado, entre o cliente e a justiça; ou ainda o arquiteto, entre o dono da obra e a prefeitura que aprovou o projeto, por exemplo.

O Corretor agora é um gestor de negócios imobiliários, e quem tiver dúvida basta comparar as atribuições e responsabilidades dele nos idos de 1960 e 1970 com as atuais. 

A profissão de Corretor de Imóveis foi regulamentada em 1962, portanto há cerca de 57 anos. Naquela época o trabalho desenvolvido pelo profissional era mais simples, a legislação não lhe atribuía tanta responsabilidade, e assim não lhe eram exigidos maiores conhecimentos para o desempenho da sua atividade. Basicamente, o seu trabalho consistia na busca pura e simples de alguém para alugar ou comprar o imóvel de outrem. 

Literalmente, o Corretor corria de um lugar a outro, ora mostrando imóveis, ora visitando comerciantes, industriais, fazendeiros, entre outras pessoas proprietárias de Imóveis à venda ou com dinheiro para comprar um. A divulgação dos negócios, por sua vez, só ocorria através de placas e anúncios em jornais. Na hora de fechar o negócio a análise dos documentos e a elaboração do contrato de aluguel ou de compra e venda, geralmente, ficava por conta de um contador ou advogado da confiança do proprietário ou do comprador do imóvel. 

De lá pra cá muita coisa mudou, aliás, quase tudo, especialmente com o advento da Internet, dos sites, do celular, do Whatsapp, do Código de Defesa do Consumidor e do novo Código Civil, que já deixou de ser novo há bom tempo porque vige desde 2002. 

Aliás, o advento do CC sepultou de vez o mero intermediário e ressaltou o Corretor de Imóveis como gestor de negócios imobiliários, delegando a ele mais responsabilidades e atribuições, muito embora continui tratando-o de Corretor, em face da Lei n° 6.530/1978, que regulamenta a profissão e assim o denomina. O profissional agora precisa saber exatamente em que consiste e como desempenhar o seu trabalho em toda a sua extensão; conhecer os aspectos pertinentes ao imóvel e ao negócio, visando orientar adequadamente as partes; conduzir cada negociação com propriedade, desde a captação do imóvel até o fechamento do negócio; divulgar o imóvel através das redes sociais, inclusive valendo-se de fotos, imagens e vídeos; realizar avaliações com critérios técnicos, bem como perícias judiciais. 

Além de tudo isso, o Corretor de Imóveis contemporâneo precisa conhecer as demandas do Mercado, até porque não atender às necessidades do cliente é a principal ameaça a qualquer negócio. Enfim, ele precisa conduzir os processos com eficiência e profissionalismo, mostrando que o seu trabalho agrega valor e traz segurança à negociação, mas sem subserviência ou achando que o cliente tem sempre razão.

Enquanto isso surgem aplicativos criados por pessoas de outros segmentos ávidas por ocupar o espaço do "intermediário." Esses aplicativos tendem a se tornar imobiliárias para não minguarem, porque negócios imobiliários exigem gestão de especialistas.
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